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O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Doutor Rui Figueiredo Soares presidiu, esta quarta-feira, 20 de março de 2024, a abertura da 3.ª Edição da Conferência Anual da Política Externa, CAPE 24, que decorre na sede da Diplomacia cabo-verdiana, na Praia, até a próxima sexta-feira, 22 de março, sob o lema “Mudanças Climáticas e os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento: Desafios e Perspetivas”.

Na sua intervenção o Chefe da Diplomacia cabo-verdiana precisou que a mitigação e a adaptação para conter as mudanças climáticas continuam a enfrentar o ceticismo daqueles que se opõem aos alertas da ciência e os interesses económicos opostos neste domínio, como também os atrasos na realização de compromissos internacionais assumidos ao longo das COPs sucessivas, particularmente no que concerne ao financiamento climático. Nesse sentido, sublinhou ser urgente medidas para se efetivar as transições para as economias verde e azul. 

“Os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento – SIDS - de que Cabo Verde faz parte, estão entre os mais vulneráveis aos choques climáticos e medidas que criem resiliência e operem as transições necessárias para as economias verde e azul são urgentes por corresponderem a necessidades vitais dessas ilhas”, referiu.

Em declarações à Imprensa, após a abertura, Rui Figueiredo Soares vincou que o Cabo Verde quer fazer uma transição climática justa, sustentável e duradoura.

A CAPE24 está confrontada, segundo o governante, com novos desafios que ditam maior complexidade às relações internacionais, os quais exigem análises globais, sistémicas e assertivas para a compreensão e o tratamento de cada assunto em particular.  

“A complexificação da realidade internacional assume-se nas crises que têm vindo a ter lugar, novas, recrudescidas ou agudizadas, de natureza geopolítica, económica, ambiental, sanitária, migratória, tecnológica e no quadro da governança democrática. Os conflitos presentes em África, todas as causas somadas, são a principal dificuldade para uma implementação acelerada e proveitosa do Acordo que cria a Zona de Livre Comércio no continente”, notou, enfatizando que a Política externa e a Diplomacia devem não só estar atentas à evolução e à complexificação referidas como também devem refletir e agir, em sede própria de cada Estado, assim como bilateral e multilateralmente, no sentido de introduzir dinâmicas que conduzam a mais paz e segurança, a mais crescimento económico e desenvolvimento sustentável e, finalmente, a mais estabilidade no Mundo, por via do respeito pelas regras comuns que são fixadas através da codificação do Direito internacional.

Ora, é exatamente esse exercício que a CAPE faz. A sua realização agora em março, para o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, é extremamente oportuna para levar os seus resultados para o campo da diplomacia de Cabo Verde, no quadro de vários fóruns internacionais no decurso de 2024, nomeadamente, a Quarta Cimeira dos SIDS ou SIDS 4, que terá lugar em Antígua e Barbuda, nas Caraíbas nos dias 27 a 30 de maio próximo; a Cimeira do Futuro a ser organizada pelo Secretário Geral, à margem da 78.ª Assembleia geral, nos dias 22 e 23 de setembro do corrente ano e a COP29 em Azerbaijão, de 11 a 22 de novembro de 2024, assim como a COP30 no Brasil, de 10 a 21 de novembro de 2025.

Os trabalhos da CAPE iniciaram com a conferência inaugural, “Os Desafios da Diplomacia no contexto das alterações climáticas: (Re) definição dos Eixos de Atuação Diplomática”, tendo como oradores o Ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, e o Diretor-Executivo do Escritório das Nações Unidas para Serviços e Projetos, Jorge Moreira. A moderação esteve sob a responsabilidade do Embaixador José Luís Rocha.

Após o tema inaugural deu-se início às discussões e de seguida realizou-se dois painéis temáticos que contou com a participação de oradores convidados nacionais e estrangeiros.


 

Fazer transição climática sustentável e duradoura é um dos grandes desafios de Cabo Verde

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