O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Doutor Rui Figueiredo Soares, discursou, esta segunda-feira, 15 de julho de 2024, em representação do grupo africano, na abertura do segmento ministerial do Fórum Político de Alto Nível sobre o Desenvolvimento Sustentável, que decorre na Sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Na sua intervenção, o Chefe da Diplomacia cabo-verdiana precisou que o tema deste ano, “Reforçar a Agenda 2030 e erradicar a pobreza em tempos de crises múltiplas: a aplicação efetiva de soluções sustentáveis, resilientes e inovadoras”, destaca os desafios urgentes que a África enfrenta, incluindo as tensões geopolíticas, as alterações climáticas e a instabilidade económica.
“Estes desafios não só agravam a pobreza, como também aumentam as desigualdades, exigindo respostas urgentes, integradas e inovadoras para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e concretizar a Agenda 2063 da União Africana”, disse o Ministro, sustentando que é “alarmante” constatar que uma grande maioria das metas dos ODS não está no bom caminho.
De acordo com Rui Figueiredo Soares, isso sublinha a necessidade de se intensificar os esforços e renovar o nosso compromisso de alcançar os objetivos de desenvolvimento.
O Grupo Africano reafirma que a erradicação da pobreza em todas as suas dimensões é o desafio mais formidável do mundo e o objetivo fundamental da Agenda 2030. A erradicação da pobreza, para o grupo africano, não é apenas um fim, mas uma base necessária para alcançar o desenvolvimento sustentável.
A forma de colmatar isso, conforme disse o governante, é preciso também um forte apoio internacional, alívio das dívidas, investimento direto estrangeiros e um melhor acesso aos mercados internacionais. Também, é preciso uma reforma “urgente” no sistema financeiro internacional.
O grupo africano apela também a ações concretas para apoiar os países em desenvolvimento, incluindo a implementação do pacote de estímulo aos ODS proposto pelo Secretário-Geral, destinado a combater o elevado custo da dívida e a reforçar o financiamento a longo prazo para o desenvolvimento.
O grupo africano reitera ainda o seu forte empenhamento na Agenda 2030 e na Agenda 2063. Enquanto se aguarda “com expetativa” a Cimeira do Futuro deste ano, a COP29, e a Conferência sobre o Financiamento do Desenvolvimento (FfD4) do próximo ano, “exortamos a comunidade mundial, em particular os nossos parceiros de desenvolvimento, a reforçar o seu apoio à agenda de transformação de África, a fim de garantir que nenhum país e ninguém seja deixado para trás na nossa busca coletiva de um futuro sustentável”.
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